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Sob overdose de fisioterapia, Diego Hypólito admite: 'Não estarei 100% na Rio 2016'

6 de agosto de 2015

Esportes

Diego Hypólito voltou a sorrir no último final de semana. Depois de um longo tempo afastado da ginástica, após passar por uma cirurgia na coluna, o atleta conquistou duas medalhas no Troféu Brasil, disputado em Aracaju, e reforçou a preparação para o Mundial da modalidade, marcado para outubro deste ano. A luta, no entanto, é diária para o já veterano de 29 anos: três sessões diárias de fisioterapia para se recuperar da décima cirurgia.

Em conversa realizada em São Bernardo do Campo, cidade que representou nos Jogos Regionais de 2015, Diego foi questionado pela reportagem do ESPN.com.br sobre as suas condições físicas, especialmente pensando nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Retomando ao pouco a confiança e o desempenho, o ginasta admite: nem no Rio de Janeiro estará completamente curado das lesões.

"Olha, 100% é obvio que não ficarei nem para a Olimpíada. São muitas lesões em conjunto, mas o grau de dor diminuiu pelo menos 50% do que estava e isso já me ajuda a treinar. Achei que foi até melhor competir os Jogos Regionais, o objetivo é voltar aos poucos mesmo, nem acertar ou errar", disse Diego.

"Tenho que voltar a me preparar e competir pensando na Olimpíada. Tenho feito uma alimentação regrada e um trabalho com suplementação que nunca tinha feito na minha carreira para também suprir a questão de eu treinar menos no ginásio. Tenho trabalhado com um personal na academia e feito três sessões de fisioterapia por dia, mas isso me ajudou a treinar e competir. Meu objetivo é apenas o Rio", acrescentou.

Principal ginasta brasileiro antes do desabrochar de Arthur Zanetti, único campeão olímpico brasileiro na história - venceu a competição das argolas em Londres 2012 -, Diego passou por dez cirurgias durante a carreira, a última na coluna, que o tirou dos Jogos Pan-Americanos de Toronto.

A ausência no Canadá deve-se a uma mudança na carreira de Diego. O acúmulo de intervenções médicas, as lesões e a idade resultaram na alteração da rotina do ginasta, que agora passa uma maior parte cuidando da parte física ao invés de permanecer trabalhando a técnica no ginásio.

O afastamento do Pan por um bem maior fez o atleta ficar tranquilo, enquanto os companheiros de seleção competiam no evento.

"Ficar sem competir é natural. Pretendo ficar amis cinco anos na ginástica, mais duas Olimpíadas. Para que isso aconteça, quando meu corpo não está tão bom, tenho que priorizar minha saúde. Valorizo minha carreira como um todo. O Rio 2016 é um dos objetivos, mas depois a minha carreira continua. Quero chegar na minha melhor fase no Rio, vou para ganhar a minha medalha", encerrou.

por: José Edgar de Matos